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Autores e Obras

11/03/2016

IVAN CORILOW (Campinas, 1964)
Evocações

Corilow é graduado em Composição e Fagote pela Unicamp e realizou Mestrado em Música na mesma universidade. Músico eclético, frequentou cursos livres de piano e harmonia da música popular com Ziara de Carvalho em São Paulo e Arno Von Buetner (Bebeto, 1947-2014) em Campinas.

Como pianista, sua presença é frequente no circuito jazzístico de Campinas e tem tocado em diversos eventos como Encontros Saraiva, Instrumental Campinas no Espaço Cultural CPFL, Festival Internacional de Percussão, Projeto Clássicos em Cena, além de festivais de música no Estado de São Paulo.

Como compositor, tem um repertório variado, desde peças para piano, grupos de câmara, orquestra e música vocal. Alguns de seus arranjos foram tocados pelo grupo Eufonismo no II Festival Internacional Carlos Gomes, pelo Trio Brasileiro, no Encontro de Trompistas, em Curitiba e pelo Trio Corilow, no qual atuou como fagotista. Atualmente Corilow é fagotista da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.

Evocações, que terá sua estreia neste concerto, é uma produção recente, concluída em janeiro deste ano. A peça, dedicada à Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, é dividida em três partes, sendo que em cada uma delas a linguagem, a sonoridade e as técnicas utilizadas remetem a alguns compositores de estilos bastante diferentes: Ravel, Johann Strauss Jr., Egberto Gismonti e Chick Korea. Apesar de trabalhar com a linguagem desses mestres, Corilow afirma que procurou manter a sua originalidade enquanto compositor.

HEITOR VILLA-LOBOS (Rio de Janeiro, 1887-1959)
Floresta do Amazonas

Na vasta produção musical de Villa-Lobos só existem duas trilhas para filme, a primeira é O Descobrimento do Brasil de Humberto Mauro, 1937. A segunda só iria acontecer mais de vinte anos depois, em 1958. Trata-se da trilha sonora para o filme da MGM, Green Mansions, chamado por aqui de A flor que não morreu. Baseado no romance homônimo de W. H. Hudson, o filme, dirigido por Mel Ferrer e estrelado por Audrey Hepburn e Anthony Perkins, passou praticamente despercebido, o que até talvez tenha agradado Villa-Lobos, uma vez que sua música foi totalmente alterada pelo compositor Bronislaw Kaper, que da composição original só utilizou os temas.

Villa-Lobos resolveu mudar o nome da obra e daí surgiu Floresta do Amazonas.

Estreou no dia 12 de julho de 1959 no Harriman State Park durante o Empire State Music Festival, com a Symphony of the Air, tendo Elinor Ross como solista e Villa-Lobos como regente, nesta que seria sua última apresentação pública, já que viria a falecer neste mesmo ano.

Dez anos depois, em 21 de novembro de 1969, foi apresentada no Rio de Janeiro em forma de balé, com a participação da Orquestra e Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e a cantora Maria Lucia Godoy.

A peça é dividida em catorze partes: Abertura, Em Plena Floresta, Excitação entre os Índios, Dança da Natureza, Cânticos dos Pássaros, Conspiração e Dança Guerreira, Veleiro, Em caminho da caçada, Cair da Tarde, Os Índios à Procura da Moça, Caçadores de Cabeça, Canção de Amor, Melodia Sentimental e Fogo na Floresta.

Há uma gravação parcial desta obra realizada em 1959, da qual participou a lendária cantora brasileira Bidu Sayão (1902-1999) e o próprio Villa-Lobos como regente. Os textos dos trechos cantados são de autoria de Dora Vasconcelos e alguns deles são bastante conhecidos, em especial Canção de Amor e Melodia sentimental, imortalizadas por Bidu Sayão, que nesta ocasião realizou sua última gravação. Ela havia encerrado sua carreira há dois anos e só participou deste registro de Floresta do Amazonas por insistência de Villa-Lobos.

Lenita W. M. Nogueira

 

 

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